A descoberta e a libertação da criança.
- hegelbraga
- 25 de abr. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 18 de ago. de 2023
Segundo Maria Montessori, a criança possui uma “vida psíquica”; ela é “embrião espiritual” e segue o desígnio construtivo em seu desenvolvimento. Para ela, “O homem difere dos demais animais por ter o que considera de duas fases embrionárias, uma pré e outra pós-natal. Na fase pós-natal, na qual a criança é um embrião espiritual, a criança não somente adquire as características do homem, mas também constrói condições para se adaptar ao mundo ao seu redor” (MONTESSORI, 1967. p.63). Maria Montessori, em sua metáfora, defende a ideia de que a criança "constrói o homem", o que significa que, por meio dos estímulos do ambiente e de suas habilidades inatas para a aprendizagem, ela constrói as bases essenciais para sua formação.
Ao longo de seu crescimento, a criança atravessa diferentes fases de desenvolvimento, conquistando a autonomia, independência e as competências necessárias para assimilar informações e interagir com o mundo à sua volta. Maria Montessori explicava que, nos primeiros anos de vida, a criança absorve os estímulos ao seu redor de forma inconsciente (de 0 a 3 anos) e consciente (de 3 a 6 anos) - conceito denominado por ela como "mente absorvente".

A importância da educação na formação da criança A primeira missão da educação é libertar, conhecer e descobrir o potencial da criança, abrindo as portas para esse período de expansão e descobertas, sempre respeitando a individualidade de cada criança. Durante esse processo, ela aprende por si só, através da livre escolha e movimentos. O desenvolvimento das competências básicas para a vida - o saber, o saber fazer e o saber contextualizar - permite à criança tornar-se protagonista de si mesma, construindo o indivíduo que será capaz de viver de forma mais plena e contribuir para um mundo melhor.
Os desafios de um ambiente restritivo Quando o ambiente anula esses desígnios, reações como birra, caprichos e ira podem surgir, mas essas manifestações não devem ser interpretadas como parte da personalidade da criança. Na verdade, elas são respostas a um ambiente que não proporciona as condições adequadas para seu pleno desenvolvimento.
O desenvolvimento da criança é um processo complexo e significativo, no qual o ambiente e as experiências desempenham papéis fundamentais. Através dos estímulos proporcionados pelo ambiente e de suas habilidades naturais para aprender, a criança constrói as bases para sua formação e desenvolve as competências necessárias para enfrentar os desafios da vida adulta. A educação deve ser entendida como uma ferramenta para libertar e desenvolver o potencial da criança, respeitando sua individualidade e permitindo que ela seja a protagonista de sua própria história. Ao fazê-lo, estaremos construindo não apenas um "homem" pleno e realizado, mas também contribuindo para um mundo melhor e mais harmonioso para todos.



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